As manifestações populares que eclodiram em todo o
país têm trazido grandes apreensões a políticos e seus asseclas. Ex-governantes
que ressurgiam das sombras, feitos aves agourentas, se recolheram à sua
insignificância, ao seu silencio obscuro, para, quem sabe, formatar novos tipos
de ataques à democracia brasileira. Tal reação pode ser entendida,
considerando, em especial, que após décadas de sucesso e domínio absoluto, o
partido do governo se viu na situação de persona non grata em manifestações,
antes urdidas e executadas pelos seus coronéis. As ruas foram tomadas sem a
participação e incitamento de petistas e aliados, com a colaboração baderneira
de partidos que se dizem de extrema esquerda. Pelo contrario, existia e existe
um clima contrário à presença do Partido dos Trabalhadores, o que causa mais
apreensão aos seus caciques.
No auge dos protestos, o ex-todo poderoso Lula,
mentor intelectual da atual presidente do Brasil, se refugiou no distante e
sofrido mundo africano, foi propagar a suas teorias de Fome Zero, mensalão dez,
e retomar a sua condição de lobista de grandes empresas brasileiras
multinacionais. Sem o grande líder, o petista se viu na rua da amargura, não
consegui se imiscuir entre os participantes das grandes manifestações que foram
as ruas em busca de um futuro melhor. Em busca do tempo perdido em uma década
de ‘oba oba e tomaládácá’, quando explodir a maior e mais precisa forma de
escravizar o eleitorado: o Programa Bolsa Família.
Sem força suficiente, o partido do governo tentou
capitalizar os efeitos das reivindicações das multidões que se espalhavam de
norte a sul do país, não deu certo. Estão contabilizando apenas os prejuízos
que podem ser grotescos em um futuro bem próximo. A presidente Dilma Rousseff,
antes com uma popularidade estupenda, perdeu 20 pontos, fazendo com que o PT,
que se vangloriava de ter construído a sua história junto aos movimentos
sociais, entrou em polvorosa, passou a conhecer o caos das suas próprias ações,
alheias aos interesses do povo brasileiro. Seus lideres, transformados em
subservientes capachos, não tiveram condições e argumentos para reagir. O caos
está instalado. Antes, o que se apresentava como uma certeza absoluta, que era
a vitória, hoje surge como uma grande certeza: a derrota em 2014 é quase certa.
O partido, depois das várias estripulias, que culminaram com o mensalão, se vê
como uma grande incerteza para o povo brasileiro nas próximas eleições.
Em sua última reunião, em Salvador/BA, para
comemorar os seus dez anos de poder, o ex-presidente Lula, ao declarar que vai
se empenhar ao máximo para reverter a situação caótica em que se encontra o
partido, frente à queda da popularidade da presidente Dilma Rousseff, destacou
que: “Tem petista que se mata pelo PT - e que está esperando de nós uma palavra
para andar de cabeça erguida. Porque ele fica envergonhado quando ouve que o
pessoal do PT participa de coisa de que não deveria participar”. Acrescentando,
ainda, “Qual a diferença de nossos candidatos para os de outros partidos?” Não
existe nenhuma diferença. Alias, existe uma grande diferença para aquilo que os
jovens, representando todo o povo brasileiro, clamam em suas manifestações:
respeito, decência, transparência, preocupação com o povo, eliminação de
esmolas, eliminação do ‘voto de cabresto, e, afinal, democracia.